A APOSTOLA DA MISERICÓRDIA DIVINA
 

A Santa Faustina Kowalska era polonesa. Nasceu na vila de Glogowiec, perto de Lodz, a terceira de uma família de dez filhos. Aos vinte anos entrou para a Congregação de Nossa Senhora da Misericórdia cujas Irmãs se dedicavam à assistência de moças decaídas, ou em perigo de seguir o mau caminho.

Em 1934, obedecendo à indicação do seu dire-tor espiritual, Pe. Miguel Sopocko, Santa Faustina iniciou seu Diário que intitulou:
"A Misericórdia Divina em minh'alma". A narração pormenorizada de profundas revelações e experiências espirituais extraordinárias revela o modo pelo qual, Nosso Senhor deseja incumbi-la da missão particularíssima de proclamar ao mundo a mensagem da sua Misericórdia unida a novas formas de culto quais sejam: uma imagem, uma festa comemorativa e outras; essas, por outro lado, se referem à doutrina do Evangelho e, particularmente, a conceitos e símbolos derivados do apóstolo João.

Em 5 de outubro de 1938, Santa Faustina Kowalska falecia devido a uma tuberculose múltipla. Tinha trinta e três anos. A doença, muito dolorosa, transformoua numa vítima da Misericórdia Divina, fazendo com que essa se derramasse sobre a Igreja e que a humanidade contemplasse com maior fé a própria redenção. Era a vigília da segunda guerra mundial. A Santa já previra a universalidade e os horrores do conflito.

O Diário da Santa Faustina contém uma profecia que se refere à "Obra da Misericórdia", como Jesus denomina o complexo das tarefas confiadas por Ele a Santa Faustina. Ela escreveu que esta Obra, por certo tempo, estaria "totalmente destruída", mas, em seguida surgiria ação de Deus "com grande força, quedará testemunho da verdade" e "será um novo esplendor para a Igreja”.

A primeira parte dessa profecia, a que se refere à destruição e à "ruína", realizouse em 1958, em consequência de um "decreto" do Santo Ofício. Baseado em documentos incompletos e inexatos, condena a nova forma de culto. Este decreto logo depois foi revogado e substituído por uma "notificação" de cará-ter disciplinar, na qual, sem condenação explícita, se proibia a difusão da devoção à Misericórdia de Deus "nas formas propostas pela Santa Faustina Kowalska". A notificação deixava à "prudência" dos bispos uma certa liberdade de ação.

Essa proibição se prolongou por quase vinte anos. Nesse meio tempo, e exatamente, em 1967, o cardeal Karol Wojtyla, então arcebispo de Cracóvia, concluía favoravelmente a primeira etapa do processo para a beatificação da Irmã Faustina. Foi, sobretudo graças a sua intervenção que, no dia 15 de abril de 1978, a Congregação da Doutrina retirou a proibição. Tal acontecimento constitui a realização da segunda parte da profecia acima mencionada.

Seis meses depois que o veto foi retirado, o mundo inteiro aplaudia o cardeal Wojtyla, eleito João Paulo 11. A ele se deve a encíclica "Dives in Misericórdia" que lança as bases doutrinárias e práticas para que o culto à Misericórdia Divina seja compreendido e universalmente acolhido.